quinta-feira, 5 de abril de 2012

O QUE É MEU É SEU.

Não é todo imóvel que esbanja espaço a ponto de cada filho ter seu próprio quarto. 

Nesses casos, o jeito é dividir. 




Quando as crianças são do mesmo sexo, isso é até comum – ainda que haja cômodo extra, ele pode virar sala de estudos ou canto da brincadeira. O maior problema que se pode enfrentar, com a partilha, é um número um pouco maior das típicas brigas de irmão. Então, nada melhor que determinar qual é a parte do quarto de cada um e qual é o espaço que eles terão de repartir.
O arquiteto Lionel Sasson esclarece como é concebido um projeto desse tipo: “É importante pensar na disposição dos móveis, a fim de criar espaço ideal de circulação, aproveitando ao máximo aquilo que o quarto oferece, seja uma bela vista, varanda ou até alguma irregularidade que possibilite um móvel criativo – como uma estante para livros ou brinquedos que seja prática e harmoniosa para as crianças.”
Essa noção do espaço individual é importante para assimilação da criança. Ela deve ter sua própria cama, um canto no armário e um lugar para guardar seus próprios brinquedos. Assim, vai entendendo que deve organizar seus objetos para que o seu espaço não invada o do outro. O arquiteto corrobora esta tese: “As dicas para se trabalhar com irmãos variam muito de criança para criança. O básico é usar simetria para que cada um tenha sua própria cama e seus utensílios na sua escrivaninha – enfim, o seu espaço.” Assim, diz Sasson, trabalha-se a igualdade de direitos e respeita-se a individualidade. “A harmonia do quarto deve agradar aos dois em: cores, texturas, elementos decorativos, tecidos, cortinas, colchas, tapetes, painéis… Por esse motivo, uso cores alternativas a rosa e azul”, esclarece.
Quando quem vai dividir o quarto tem o mesmo sexo, a principal preocupação é deixar o ambiente confortável para os dois irmãos. Por exemplo, se duas meninas dividem um dormitório, mas uma delas já é adolescente, não faz sentido decorar as paredes com desenho da Barbie. Uma alternativa válida é pintar as paredes de uma cor considerada feminina – como rosa, laranja ou amarelo – e deixar que elas intervenham na decoração, na compra dos móveis, no papel de parede e nos acessórios, como a estampa do edredon e os diferentes tipos de quadros, porta-retratos, bibelôs e pesos de porta.
No caso dos meninos, os carrinhos do irmão mais novo podem ficar dispostos pela área e servir como decoração se o mais velho concordar. De acordo com Sasson, o segredo é procurar um tema que agrade aos dois: “Pode ser uma atividade que gostem de praticar juntos, um jogo ou uma cor. Não gosto de usar cores diferentes para cada criança, e sim, uni-las em uma composição atraente”, explica.
Quando o quarto tem que ser dividido entre irmãos de sexos diferentes, a situação fica um pouco mais complicada. As arquitetas Dani Barella e Cris Paola fizeram um projeto para quando os filhos do cliente viessem visitá-lo no final de semana. “Usamos tons neutros para as paredes e os móveis: mais branco e amarelo do que azul e rosa. O ambiente é flexível para que cada um tenha seu espaço”, defende Cris. Para conseguir o feito, a dupla apostou em móveis-chave, como o armário, que é dividido pelas duas crianças, a escrivaninha, que por enquanto só é usada para os deveres de casa da mais velha, mas poderá ser aproveitada no futuro também pelo filho mais novo: “O pai é divorciado, e as crianças vêm nos finais de semana. Por isso, fizemos um quarto unissex”, explica a arquiteta.
Com meninos e meninas dividindo o quarto, não é só a decoração que conta. Às vezes a criança ou o adolescente tem vergonha de se trocar na frente dos outros. Uma solução interessante é incorporar o banheiro ao quarto, como em uma suíte. Se isso não for possível, considere utilizar biombos para criar paredes móveis que possam proporcionar mais privacidade aos donos do quarto, quando precisarem.

Paula Montefusco, da PrimaPagina
Especial para o Terra

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